Expedição Alaska – Finalmente chegamos!
Depois de 69 dias na estrada finalmente chegamos no Alaska! Saímos de Dawson City (Canadá) por volta das 09:00 hs em um dia nublado,chuvoso e gelado. Logo que saímos pegamos uma balsa para cruzar o rio Yukon, um gigante rio que corre por mais de 3 mil km entre o Alaska e Canadá, a última de umas 5 ou 6 balsas que cruzamos durante a viagem. Percorremos cerca de 110 km de estrada de terra com muita neblina e um pouco de chuva, ou seja, muito barro! A fronteira foi rápida, sem fila e pouca burocracia, apenas checaram os passaportes e nos deixaram entrar.
Em poucos metros paramos na Placa Welcome to Alaska e aí pela primeira vez tivemos um sentimento já de “dever cumprido”. Foi muito legal chegar lá com nosso Pai, ter ele presente nesse momento de conquista, algo que planejamos por tanto tempo e tão importante para nós.
Comemoramos, tiramos umas fotos e seguimos em direção a Fairbanks. No caminho paramos para comer em Chicken, um pequeno vilarejo que tem apenas um restaurante, uma loja e abriga viajantes, principalmente trailers. Comida excelente!
Foram quase 250 km de barro neste dia, uma boa amostra de como seria pilotar no Alaska, frio, chuva e barro!
Chegamos em Fairbanks no fim do dia, que na verdade nunca acaba, não fica escuro no verão, então se perde um pouco a noção do tempo.
No dia seguinte levamos as motos de manhã na BMW para colocar os pneus Karoo, Metzeler, próprios para Off Road, pois no próximo dia sairíamos para Prudhoe Bay pela Dalton Highway, o que dariam cerca de 1.200 km de Off road. Voltamos no final da tarde e pegamos as motos e já estávamos prontos e animados para enfrentar a famosa Dalton e cruzar a linha do C´rrculo Polar Ártico.
Acordamos cedo e o plano era dormir em Coldfoot, que fica nomeio do caminho entre Fairbanks e Prudhoe Bay. Chegamos cedo em Coldfoot, por volta das 15h, as condições estavam boas, dia bonito, céu azul, estrada boa, terra batida, resolvemos seguir e pilotar mais 400 km até Prudhoe Bay.
No momento que saímos do posto começamos a realizar que a viagem estava acabando, que estávamos muito próximos de alcançar o objetivo principal, e então bateu uma vontade de ir bem devagar, aproveitar cada km, observar a paisagem e lembrar de tudo que passamos e percorremos nos últimos 69 dias.
Chegamos em Prudhoe Bay por volta de 9:00 horas da noite, muito felizes de ter chego no destino principal da viagem e ao mesmo tempo comum a sensação estranha de que de repente chegamos, como se tudo tivesse sido muito rápido e que em mais poucos dias estaríamos em casa.
Deadhorse fica ao lado de Prudhoe Bay, é como se fosse uma só cidade dividida em dois. É um local que possui apenas empresas ligadas a extração de petróleo, não tem restaurantes, comércio, e os poucos hotéis que tem são dormitórios para os funcionários dessas empresas, os quais acabam recebendo os poucos turistas que chegam até lá.
Acordamos no dia seguinte nos sentindo muito bem, muito satisfeitos com a viagem que fizemos e muito felizes de compartilhar essa experiência com nosso pai, Ricardo. Conversamos sobre estarmos no final e manter a concentração até o fim, pois mais apenas 3 dias e terminaríamos a viagem.
107 km depois que saímos de Prudhoe Bay rumo a Fairbanks, a 1.300km de Anchorage, destino final da viagem, o Edu perdeu o controle de sua moto em uma estrada de terra e caiu, quebrou a clavícula esquerda e trincou 2 costelas.
Foi um susto e tanto, principalmente porque estávamos em um local muito remoto sem sinal de celular. Buscamos ajuda com um caminhoneiro que estava próximo do acidente e ele pediu ajuda pelo rádio. A empresa Alaskan Pipeline recebeu o chamado e como cortesia enviou um Helicóptero para transportá-lo ao Hospital em Prudhoe Bay, que o atenderam muito bem.
Assim que o Edu foi atendido e encaminhamos as informações para o Seguro para ele voltar para o Brasil, fomos atrás de como transportar a moto dele até Anchorage, de onde seria despachada para o Uruguai.
Como estávamos em uma estação de petróleo foi difícil encontrar uma empresa que montasse paletes para colocar as motos e transportá-las de caminhão ou avião, e como é um lugar muito remoto tudo é muito caro.
Em uma dessas empresas de transporte conhecemos o Joe, um Alaskiano que estava trabalhando em Prudhoe Bay mas que mora em Anchorage. Contamos o que havia acontecido e ele se ofereceu para pilotar a moto, pois ela estava funcionando perfeitamente.
Foi a melhor solução que encontramos, no mesmo dia o Du pegou um avião de volta para casa, voou de Prudhoe Bay para Anchorage, para San Francisco, Miami e finalmente São Paulo.
Eu (Juliano), Ricardo e Joe seguimos para Fairbanks, em 2dias fizemos cerda de 1.400 km. Sendo que de Prudhoe Bay para Fairbanks, foram quase 400 km com muita chuva, neblina e barro novamente, bem diferente da ida que pegamos tempo bom. Os pneus Karoo 3 da Metzeler ajudaram muito, pois alguns trechos estavam bastante escorregadios.
Por fim chegamos em Anchorage, lavamos as motos e entregamosna transportadora. Elas irão de Anchorage, Alaska, para Seattle de navio, de lápara Houston de Caminhão e novamente em um navio até Montevideu, Uruguai.
Impressões do Alaska:
O Alaska é o maior estado dos EUA, se fosse um país seria o 17º maior, ou seja, é muito grande. Porém pouco povoado, a população é de cerca de 800 mil habitantes, sendo quase metade concentrada ao redor de Anchorage. O clima influencia muito na vida das pessoas, faz quase 9 meses de escuridão no ano e 3 meses de sol no verão. Conversando com os locais eles admitem a dificuldade de se adaptar a essa realidade, que muitos ficam depressivos durante a escuridão mas são muito felizes no verão. A principal atividade do Alaska é o petróleo, seguido da pesca e o turismo. Realmente é um local selvagem, que impressiona pelos grandes animais como Ursos e Caribus e as cadeias montanhosas. Um local também que a dificuldade em sobreviver torna as comunidades muito unidas, como uma grande família. Fomos muito recebidos e notamos que no verão ha muito movimento nas regiões de turismo, muitas motos, trailers, mochileiros, é um destino muito procurado pelos Americanos.
A viagem foi excelente, percorremos 27 mil km por 13 países em 76 dias. Muita informação que ainda estamos processando, passamos por florestas, montanhas, desertos, praias, conhecemos muitas pessoas pelo caminho, costumes diferentes, comidas, culturas, foram tantas experiências que com certeza nos enriqueceram muito.
O sucesso de uma viagem muitas vezes dependem do planejamento, e com certeza fizemos ótimas escolhas com relação aos equipamentos que usamos, desde a moto, os acessórios de proteção, conforto, os pneus, asroupas que usamos, tudo foi fundamental para pilotar em situações tão diferentes com segurança. Obrigado a Givi, Metzeler e AlpineStars que acreditam no nosso trabalho e nos apoiaram nessa jornada!
Muito obrigado a todos que acompanharam a viagem, que torceram, curtiram, foi muito bom compartilhar com todos!
A jornada é mais importante que o destino….
Até a próxima!